sábado, 23 de dezembro de 2017

Síndrome de Ebenezer Scrooge



Tem uma galera que sofre da síndrome de Ebenezer Scrroge. Pra quem é meio inculto e não conhece, tampouco, nunca se ligou na programação da tv nessa época, eu adianto, é aquele velho uó que odeia natal e daí que resolve fazer a data miserável pra todos ao seu redor. Sacou? Pois é.

O natal é uma época linda, mágica, colorida (a única época que dá pra abusar de verde, vermelho, dourado sem ficar cafona), luzes, aromas e lembranças, tradições. Sempre fico pensando como alguém não gosta do natal. Mas acontece, tem gente que detesta. Acho que por aqui é até bem comum, mais do que na própria terra do natal, os Estados Unidos. 


Sim amiguinhos, o natal, com todos estes elementos que citei, é uma invenção americana, na verdade, uma invenção de Charles Dickens, que reuniu um monte de tradições do velho mundo sobre esta época do ano e criou seus famosos contos de natal, incluindo o conto do Ebenezer Scrooge, da síndrome que citei no começo do texto. Mas não precisa acreditar em mim, dê uma pesquisada e logo confirmará. Ah, mas natal é o nascimento de Cristo. Até isso é invenção. Na verdade, uma apropriação. Jesus Cristo, segundo historiadores, teria nascido entre março e abril. A coisa do nascimento do Messias ser próximo do solstício de inverno é pra se adequar à própria lenda da vinda desse Messias na tradição oral hebraica e ainda, uma apropriação do povo de Moises das crenças pagãs de mais de dez mil anos, cujo deus renasce no solstício de inverno, entre 20 e 25 de dezembro no hemisfério norte. Até a coisa do pinheiro dentro de casa e das luzes no período do inverno, pra trazer vida à casa, é tudo "emprestado" de outras crenças.


Então, voltando, tem gente que odeia esta época do ano ou simplesmente resolve fazer o cínico, tipo, você diz que tá louco pra comprar luzinhas e aí a pessoa solta um "época de hipocrisia, etc". Gente boring, gente EbenezerCara, todos estes elementos de paz, amor, celebrar a vida, compartilhar, quem gosta de natal, dessa celebração do final de um ciclo, do inverno da vida (é isto que as comemorações dessa época representam) faz isso o ano todo, apenas ficam mais felizes quando estão na energia da coisa. Deixe de ser mala. Era bem feito os espíritos do natal (passado, presente futuro, especialmente o futuro) te visitarem. Ou o Krampus.


Meu pai morreu nessa época. O homem adorava natal. Tínhamos um monte de tradições, como rabanada (a única família que fazia rabanada no bairro todo, coisa que não é um hábito local), galinha guisada, uvas, vinhos, sangria pros erês. Aí ele ficou doente. Passou anos assim, até os irmãos deixaram de vir passar o natal lá em casa. Até o seu último ano, em que foi internado no dia que costumávamos arrumar a casa, 20 de novembro, e morreu dia 31 de dezembro. Eu era apenas uma criança de 11 anos e não passei a odiar o natal. Na verdade, passei anos da minha vida com muita saudade dele. Minha mãe deixou tudo pra lá, como uma boa parte das famílias que eu conheço aqui no Ceará (no Rio também é meio assim, a gente conta nos dedos as casas e apartamentos com as entradas decoradas com luzinhas. Triste. Aqui na minha rua este ano são apenas duas casas decoradas. A minha é uma delas). Até eu comprar meu primeiro pisca-pisca, e fazer a minha primeira ceia de natal (sem peru, ainda), há 23 anos. Cada enfeite que eu coloco na minha casa, eu sinto meu pai um pouco presente nele. Minha mãe, que não gostava de arrumar a casa pro natal, hoje morando sozinha, até decora. Acho que pra lembrar de mim, dos netos, de outros tempos.


E esse povo por aí, de azedume com gente que fica um pouco menos escrota nessa época do ano. Meu povo, melhore! Enche a boca de farofa e pára de azedar a vida alheia. Eu estou dulcíssima, depois de 150 biscoitos, 2 pães de ló de chocolate, bolo de maçã com canela e um mundo de rabanada.




Beijos de luz. De natal ;).

P.S.: Como eu sou multi-tarefas, amanhã, além da minha ceia de natal, farei post sobre gingerbread house, decoração de natal e em algum momento, o que o natal tem de melhor, ao menos pra mim,

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