domingo, 28 de fevereiro de 2016

Cansada, porém viva.



Eu estou muito cansada. O ano mal começou e estou muuuito cansada, vocês não estão entendendo. Estou cansada nível a mãe do garotinho do Sexto Sentido, cansada fisicamente, na mente e no coração.

Encarei o desafio de ser a professora de português do ensino médio da escola onde dou aula, no estilo professores de português do tempo do ginásio, que dá aula de tudo, sabe como? Sou eu. Dou aula de gramática, de redação, de interpretação textual, de literatura e de paradidático. Fora laboratório de redação, fora o jornal da escola, editado por mim, fora a semana de artes (inventada por mim, e que ninguém está me ajudando. sim, eu estou me queixando) e fora a Semana Santa, com peça da Paixão de Cristo e Via Sacra, que não fui eu que inventei, mas que está sobrando pra mim. 

É muita coisa e fora isso tudo, eu sou dona de casa sem máquina de lavar, sem aspirador de pó, deixei tudo no Rio e ainda não tive dinheiros para comprar de novo, porque eu estou muito pobrinha. A lida de casa é feita por mim e meus erês no braço e no muque, e numa casa com muitos pets, a limpeza é constante. Não dá pra passar um dia sem espanar o sofá (coitado do sofá), porque ele some de tanto pêlo de gato e eu morro de tanta alergia, porque eu tenho alergia a isso tudo e nem por isso odeio gatos, pelo contrário, amo.

Então imaginem que a minha maratona de aulas numa escola, num turno, é igual a de quem trabalha em duas escolas. Eu tenho 25 aulas semanais, dou aula das 7:00 às 12;30, com um intervalinho sem vergonha de 15 minutinhos. Às vezes fico a tarde para os ensaios da peça. Chego em casa arrasada, mas tenho que fazer almoço e limpar a casa. Aí eu almoço? Claro que não, vou corrigir redação. Todo dia pelo menos 30. E depois? Dar uma olhada no que diabos eu tenho que ensinar no outro dia, porque eu simplesmente esqueço. E acaba que eu fico tão cansada, que tomo um chá e desmaio no sofá, que já limpei dos pêlos dos gatos. E eu não tenho empregada, acho que não teria nem se pudesse pagar (e eu não posso), porque acho isso tosco e escravocrata. Também não faço unha com manicure, porque acho isso coisa de dondoca, que eu não curto. E minha unhas estão sempre ok. Ao menos elas.

E essa é a minha justificativa para ter sumido um pouco do blog, porque está sinistro pro meu lado. Não vou prometer que não vou sumir de novo, porque não tenho certeza se conseguirei manter a minha promessa, mas eu vou tentar postar ao menos uma vez por semana. E voltar a desenhar, porque o meu outro trabalho está cada vez mais distante de mim, e eu tinha me prometido que em 2016 eu me apegaria com ele, que é meu bálsamo em tempos de turbulência, mas né? Fail :(

E o final eu quero dedicar a todas as pessoas egoístas, escrotas, desgraçadas e cheias de má vontade, que ao me ouvirem falar que estou cansada, vêm com as malditas comparações, etc coisa e tal. Sabe disputa de quem sofre mais, de quem é mais ocupado? Vão se catar, pelo amor de tudo que é bom e que alumia. Cara, não é pra ficar disputando com ninguém, às vezes a pessoa (eu) só quer desabafar com alguém em quem confia (ou confiava), a pessoa não está querendo dizer que você não trabalha. Melhore. É tão perverso não respeitar o direito do outro, que mundo uó! Eu sei respeitar o sofrimento alheio, as agonias individuais e não fico na quebra de braço de quem está mais lascado, porque se forem disputar comigo, perdem por tabela, porque ó, Murphy janta comigo.

Inté.

Imagem: Michael Lavine grunge.

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